A jovem indiana* cresceu em uma família rica em Chennai. “Tínhamos quatro servos. Meu pai era engenheiro das Nações Unidas. Eu tinha 25 propostas e disse não a todas, depois disse sim à 26ª. Seu nome era RAC Paul e ele era um veterinário missionário. Nós nos casamos em 1972”, conta.
Após sua formação como médica especializada em medicina tropical, o casal decidiu se mudar para a selva de Malkangiri [Índia], para atuar como missionários na área da saúde.
“Eram 27 horas de viagem de jipe. Eu nunca tinha visto uma aldeia. Não havia água encanada ou eletricidade. Eu tive que refazer o chão de esterco de vaca a cada três dias”, conta. Ela disse que no começo chorava muito, diante das dificuldades, mas decidiu perseverar.
“Deus falou comigo e disse que Jesus nasceu em um galpão de vacas, no meio de esterco de vaca. Eu parei de chorar”, lembra.
Duas semanas depois, o casal passou a viajar para o interior, para diferentes aldeias, tratando pacientes e compartilhando a fé cristã. “Não havia outros médicos na área, então os pacientes faziam fila a partir das 4h30 da manhã”, relata.
“Eu adorava Jesus, mesmo quando era difícil. O mais difícil foi que nos primeiros 15 anos ninguém da tribo Bondo quis se batizar. Eles estavam interessados em Jesus, mas não pediram o batismo”, conta.
Ela diz que a cada mês, durante 15 anos, eles preenchiam formulários da sociedade missionária indiana perguntando quantas aldeias visitaram, com quantas pessoas compartilharam o Evangelho e quantas pessoas haviam se batizado. “Todos os meses, durante 15 anos, escrevemos zero até a última pergunta. Sentíamos vontade de desistir”, lembra.
Morte e novas vidas
“Então, em 1986, Paul ficou muito doente. Seus rins não estavam funcionando bem e fomos para o sul para o hospital. Paul fez uma operação e morreu no meio dela. Eu fiquei chocada. Eu chorei muito, tinha 42 anos e quatro filhos pequenos”, conta.
A missionária diz que ouvia de todos para não voltar para o campo. “Todo mundo me dizia: ‘Não volte para Malkangiri. Fique aqui em Chennai. Configure uma prática médica’”.
“Mas nove dias depois, entramos em um jipe e voltamos para a aldeia e o povo de Malkangiri. Voltei a ver os pacientes do nascer ao pôr do sol”, lembra.
Ela diz que as pessoas notaram e começaram a valorizar sua atitude e a dizer um ao outro: “Veja, ela voltou. Ela nos ama. O Deus que ela ama deve ser real”.
“Em seis meses, tínhamos 36 pessoas pedindo o batismo. E agora existem 5.000 crentes em Malkangiri”, tudo por uma atitude.
“Aprendi que Deus trabalha de maneiras que não esperamos. Às vezes, Deus leva você através de coisas muito difíceis, para treiná-lo para coisas melhores. No momento, estou no distrito de Malkangiri, isolada devido à Covid, e a nossa é uma Zona Vermelha. Jesus me ajudou a completar 49 anos aqui”, conta.
“É difícil, mas Deus ainda está me ensinando. Sempre nos momentos difíceis, Deus me dizia: "Eu recebi os pregos por você", conta.
“Um dos meus versículos favoritos está no Salmo 46, que diz ‘Fique quieto e saiba que eu sou Deus’ (v 10). Ele aparece toda vez que me sinto preocupada pois preciso ficar quieta e saber que ele é Deus”, diz.
* Nome não identificado por medida de segurança
Após morte do marido, missionária não desiste da fé e colhe fruto de 5.000 novos cristãos publicado primeiro em https://guiame.com.br
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