sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Juiz reconhece casamento de muçulmano de 45 anos com garota cristã de 13, no Paquistão

Juiz reconhece casamento de muçulmano de 45 anos com garota cristã de 13, no Paquistão

Uma menina cristã de 13 anos, sequestrada por um muçulmano no Paquistão saltou em direção a sua mãe quando ela a avistou do lado de fora de um tribunal na terça-feira (27 de outubro), mas sua família não foi autorizada a entrar porque um juiz validou a declaração de “casamento”, dada pelo homem de 45 anos que a sequestrou.

Recusando-se a reconhecer a documentação que comprova a idade da menina e a denúncia da família católica dela, de que o sequestrador Ali Azhar converteu a jovem Arzoo Raja forçosamente ao islamismo, o juiz da Suprema Corte de Sindh, K.K. Agha decidiu que o casamento era válido e instruiu a polícia a “não assediar o casal recém-casado", segundo informou a advogada e defensora dos direitos humanos, Ghazala Shafique.

“Todos nós, incluindo a família de Arzoo e as pessoas que apoiam sua causa por justiça, estamos em profundo choque e tristeza depois que o tribunal superior permitiu que o acusado fosse embora com a menina diante de nossos olhos”, disse Shafique, em depoimento à agência ‘Morning Star News’.

No tribunal de primeira instância, a equipe de defesa de Azhar argumentou e pediu que as acusações de sequestro fossem rejeitadas, enquanto a equipe jurídica da família afirmou que Arzoo foi vítima de conversão forçada e casamento, segundo informou Shafique. A a advogada acrescentou que a família da garota e sua equipe jurídica estavam aguardando uma decisão do tribunal após a audiência, quando souberam que a equipe de Azhar havia entrado com uma petição no tribunal superior.

“Corremos para o tribunal superior onde Arzoo e o acusado Azhar estavam presentes, junto com seus familiares e vários advogados”, disse Shafique. “Assim que Arzoo viu sua mãe, ela saltou em sua direção, mas a polícia e os membros da família de Azhar a arrastaram e forçaram-na a entrar no tribunal do juiz K.K. Agha. ”

Quando a família da menina e sua equipe jurídica tentaram entrar no tribunal, foram maltratadas pela polícia e pela família de Azhar, disse Shafique.

“Imploramos para que nos deixassem entrar, mas eles se recusaram a sair da porta”, disse ela. “Eles nem mesmo permitiram que os pais de Arzoo entrassem no tribunal.”

Poucos minutos depois, a polícia trouxe o acusado para fora do tribunal e disse que o juiz ordenou que Arzoo fosse enviado para um abrigo governamental para mulheres.

“Mas era uma mentira, porque quando lemos a sentença, o texto afirmava que ‘Arzoo admitiu no tribunal que ela se converteu ao Islã e se casou com Azhar de boa vontade’”, disse Shafique.

Em tais casos no Paquistão, meninas menores de idade sofrem intensa pressão, incluindo ameaças a elas e suas famílias, para prestar declarações falsas no tribunal.

“O juiz Agha deu este veredito porque não conseguiu ouvir o lado da família da história”, disse Shafique. "Se a polícia e os familiares do acusado tivessem deixado os pais de Arzoo entrarem no tribunal, eles poderiam ter informado o juiz que os documentos apresentados no tribunal, relativos à idade de sua filha eram falsos e a foto da menina colada nos papéis não era de Arzoo".

Azhar sequestrou Arzoo na localidade de Muhalla Railway Colony, em Karachi, no dia 13 de outubro (2020), de acordo com a família, que registrou um caso de sequestro no mesmo dia. Em 15 de outubro, a polícia os convocou à delegacia local e lhes mostrou documentos, afirmando que Arzoo tinha 18 anos e se converteu voluntariamente ao islamismo após se casar com Azhar.

O advogado Tabbasum Yousaf do Tribunal Superior de Sindh disse que o casamento de menor de idade de Arzoo foi uma violação da constituição e da lei, e que o juiz não considerou essas disposições legais.

“Se alguém é forçado a se casar, isso equivale a uma agressão sexual”, disse Yousaf ao Morning Star News.


Juiz reconhece casamento de muçulmano de 45 anos com garota cristã de 13, no Paquistão publicado primeiro em https://guiame.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário