quinta-feira, 30 de maio de 2019

Estado americano da Luisiana proíbe aborto a partir do batimento cardíaco do feto

Estado americano da Luisiana proíbe aborto a partir do batimento cardíaco do feto

O Legislativo da Luisiana, Estado americano governado por John Bel Edwards, que é do partido Democrata – defensor do aborto –, aprovou o projeto de lei antiaborto nesta quarta-feira (29), após semanas de debate, por 79 votos a favor e 23 contra.

A Luisiana se uniu assim à onda de estados conservadores dos EUA que aprovaram nas últimas semanas leis antiaborto, como o Alabama, Geórgia e Missouri.

No Alabama uma nova lei deverá punir com até 99 anos de prisão médicos que fizerem tal procedimento, inclusive em casos de incestou ou estupro.

Semelhante ao que foi proposto na Geórgia, o projeto de lei da Luisiana proíbe o aborto a partir do momento que é possível detectar a batida do coração do feto, algo que ocorre normalmente após as primeiras seis semanas de gestação.

Após sua aprovação no Legislativo, Edwards disse que estava preparado para ratificar a lei. Este projeto de lei da Luisiana é o primeiro que recebe o apoio de democratas locais na atual onda antiaborto nos Estados Unidos.

O governador do Democrata disse que ele é “pró-vida por toda a vida”. Em seu partido, porém, 75% acreditam que o aborto deve ser legal em todos ou na maioria dos casos. Edwards está indo contra seu partido por causa de suas crenças religiosas.

Ao se manifestar sobre o tema pelo Twitter, o pastor Franklin Graham, disse que aprecia “líderes ousados que se levantem para proteger a vida inocente. Espero que nosso país esteja acordando para a verdade de que o aborto é assassinato. É o término de qualquer vida inocente”.

O presidente da Associação Evangelística Billy Grahm, disse ainda que o aborto “para um coração batendo”. Ele finalizou pedindo oração “para que Deus trabalhe no coração de mais políticos para defender a vida”.

Pressão pró-aborto

Empresas e organizações ativistas pró-aborto tem se manifestado contra os Estados americanos que estão propondo leis mais rígidas antiaborto.

A Netflix foi a primeira grande produtora de Hollywood a se manifestar contrária à lei antiaborto na Geórgia. A empresa ameaça reduzir seus investimentos no Estado caso a lei antiaborto seja aprovada.

Segundo o diretor de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, se a lei for aprovada “repensaremos todo o nosso investimento na Geórgia”.

Outra megaempresa do entretenimento a se manifestar contrária à nova legislação antiaborto da Geórgia, foi a Disney.

Em declaração pública, o presidente-executivo da Walt Disney, Bob Iger, disse à Reuters na quarta-feira (29) que seria “muito difícil” para a empresa de mídia continuar filmando na Geórgia se uma nova lei de aborto entrar em vigor porque muitas pessoas não vão querer trabalhar no estado norte-americano.

Filmes como “Pantera Negra” e “Avengers: Endgame”, da Disney, foram filmados na Geórgia, e seria um duro golpe para os esforços do Estado para criar empregos se a gigante do entretenimento parasse de filmar lá.

A Geórgia é um dos oito estados a aprovar a legislação anti-aborto este ano com o objetivo de induzir a Suprema Corte dos EUA a derrubar Roe vs. Wade, o caso histórico de 1973 que estabeleceu o direito de uma mulher interromper sua gravidez.


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