A economia de mercado é regulada basicamente por um fator chamado "Lei da oferta e procura", ou seja, nos períodos em que a oferta de imóveis excede a procura, os preços tendem a cair. Já em períodos nos quais a procura passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço.
O preço de um imóvel pode ser um estímulo positivo ou negativo para que os consumidores busquem adquirir o que está no mercado, mas não é o único.
Existem outros elementos a serem considerados nesta equação, entre eles:
- Os desejos e necessidades das pessoas;
- O poder de compra;
- A disponibilidade de imóveis - concorrência;
- Existência de outras oportunidades que desestimulem a aquisição de imóveis;
- A capacidade das construtoras em produzirem determinadas imóveis desejados.
Para sustentar minha opinião de que você deve se preparar para um novo boom imobiliário, destaco 3 razões para que você saiba que os preços irão subir:
1º A oferta de imóveis disponíveis
Dados do Secovi - Sindicato da Habitação e da Embraesp mostram que nos anos de 2015 e 2016 houve uma redução no número de lançamentos de 25,5% e 36,40%, respectivamente. Já em 2017 e 2018 houve aumento no número de ofertas que chegaram a 31.400 e 32.800 unidades na Cidade de São Paulo, ultrapassando, por pouco a média dos últimos 14 anos que foi de 30.500 unidades.
No mesmo período as vendas também foram potencializadas, apesar do estrondoso desemprego que assola milhões de pessoas no Brasil, em especial as regiões metropolitanas.
A média de vendas de unidades novas nos últimos 14 anos, somente foi alcançada em 2018, existindo, portanto um vácuo de compradores que saíram do mercado de compra de imóveis, ou seja, uma retomada rápida da economia, trará esses compradores para as imobiliárias e ainda não existirá unidades prontas para atender esse público, estimulando a compra de usados, forçando novamente o preço para o alto.
Mas, será que os imóveis atenderão a necessidade dos compradores? Em sua maioria, sim. As construtoras ofertam unidades de 2 dormitórios (65% dos lançamentos), na zonas sul e leste de São Paulo (50%), até 45m2 (60%), até R$ 240.000,00 (51%).
Já a procura dos compradores está focada em unidades de 2 dormitórios (63% dos comercializados), na zonas sul e leste de São Paulo (55%), até 45m2 (60%), até R$ 240.000,00 (47%).
Desta forma, concluo que se em situações de preocupação política-econômica com mudança radical da chegada de novo governo, com ambiente de disputas na aprovação da reforma previdenciária e tributária, além do pior desemprego vivenciado pelos brasileiros, imagine se alguns destes fatores forem resolvidos (como acredito) até o fim do primeiro ano do Governo Jair Bolsonaro, gerando desenvolvimento e investimento no país, a procura de imóveis aumentará significativamente gerando desiquilíbrio na lei da oferta e procura e, por consequência, aumento nos preços dos imóveis.
2º O sonho das pessoas é ainda ter a casa própria
Esse é o grande desejo do brasileiro, que movimenta todos os anos bilhões no mercado imobiliário. Diante de novo estilos de vida e de gerações digitais cada vez menos presas a um local específico, qual o espaço ocupado por esse sonho na mente e na vida das pessoas?
Para responder essa questão e saber e conhecer o cenário de quem ainda não realizou o sonho da casa própria, a startup MindMiners, especializada em pesquisas digitais, elaborou um levantamento entre 29 de junho e 3 de julho de 2018, entrevistando 1 mil pessoas.
Para 52% dos brasileiros, a aquisição do imóvel é a grande prioridade, enquanto que para 28% é a segunda maior prioridade, à frente de estudar; comprar móveis, um carro e viajar. Em relação a organização, 59% dos entrevistados afirmaram que têm o hábito de fazer um planejamento financeiro e 39% economizam todo mês para comprar um imóvel.
Para 60% das pessoas, somente será possível obter uma casa ou apartamento se contar com um bom financiamento. Por outro lado, boa parte (73%) tem receio de se comprometer com parcelas altas de um imóvel e não conseguir quitar.
Sobre as formas de pagamento, 34% não sabe como fará e 31% pretende financiar. A maioria (28%) deseja comprar o imóvel em um intervalo de 1 a 5 anos. A maior preferência de quem deseja adquirir o bem é por casa, com 74%, enquanto os demais 26% optam por apartamento.
Desta forma, vendo os números acima é possível concluir que a compra da casa própria ainda ocupa um lugar de destaque na mente dos brasileiros.
3º A procura pode ser restabelecida rapidamente enquanto a oferta de imóveis, não.
Diferentemente de qualquer produto que se pode colocar em linha de produção, e por mais que as obras hoje usem tecnologia que as permitam celeridade maior na entrega de casas e apartamentos, a produção imobiliária, da concepção à entrega percorre um grande e demorado processo que vai desde de a escolha do terreno, aprovação de projetos, obtenção de certificados, venda de unidades na planta, financiamento da obra e efetiva construção.
Ao contrário disso, a procura de imóveis para se comprar vem da necessidade, segurança e oportunidade, o que pode ocorrer muito rápido. Ainda mais quando os bancos coltarem a colocar nos extratos dos clientes: "Parabéns, você tem um crédito aprovado de R$ 250.000,00 para comprar uma casa".
Aí, meu irmão, não tem jeito. O clima aquece o coração, a animo aparece e você vai sair para comprar. Por isso esteja preparado para aproveitar (e não sofrer) com um novo boom imobiliário!
Forte abraço.
Por Genys Alves Jr, empresário, advogado, pastor e corretor de imóveis há 18 anos com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. É membro integrante da Rede Imobiliária Secovi (Sindicato da Habitação) e um dos participantes na elaboração do Manual de Boas Práticas para o mercado de terceiros publicado pelo SECOVI/SP.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
Prepare-se para um novo boom imobiliário! E os preços? Vão subir publicado primeiro em https://guiame.com.br
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