Já reparou como cada vez mais vivemos numa geração dodói? Qualquer coisa que se diga precisa ser dita com palavras calculadas, leves, polidas, suaves. Críticas simples, coerentes e equilibradas muitas vezes são confundidas com ofensas, perseguições, ataques, quando na verdade são apenas críticas feitas com o objetivo único de ajudar, mas, pessoas dodóis, não suportam serem criticadas.
O famigerado “politicamente correto” se consolidou, gostemos ou não. Antes de falar você precisa pensar, calcular e analisar muito bem a sua argumentação, a sua resposta, a sua piada, a sua bronca. Afinal, qualquer sentença dúbia pode ser rotulada de preconceituosa, racista, intolerante, essas palavras que povoam os noticiários quase que todo dia.
Tal ambiente só favorece a multiplicação de pessoas dodói. Gente que por qualquer coisa já está brigando, ofendendo, acionando advogado, desabafando nas redes sociais, bloqueando amizades, destruindo reputações. Ou seja, a chamada vida social anda chata, indigesta, azeda. Precisamos urgentemente de uma reação, pois a vida é bem mais que isso.
Tá na hora de gritar! Calma, não estou sugerindo pra você ganhar no grito, nada disso. Minha sugestão aponta pra seguinte direção: precisamos de mais autenticidade e coragem e menos demagogia e hipocrisia. Gritar, neste caso, tem a ver com ter plena convicção daquilo que é certo e não aceitar negociar por aquilo que é errado, pois quanto mais se diminui valores e absolutos, mais ganha espaço o tanto-faz, o deixa-que-eu-deixo, o tá-bom-de-qualquer-jeito.
No capítulo 58, a partir do versículo primeiro, na tradução da Bíblia Viva, o profeta Isaías deixa bem claro a atitude que este texto sugere, “Gritem bem alto! Tão alto quanto uma trombeta! Anuncie ao meu povo Israel todos os seus pecados. Para eles que fingem ser tão religiosos! Eles vêm ao templo diariamente e se mostram muito alegres em ouvir a leitura da minha Lei – como se obedecessem a ela – como se não desprezassem os mandamentos do seu Deus.”
Gritar, neste contexto, é o mesmo que denunciar. Não dá pra ficar passando pano e minimizando a farra que pecado seguido de pecado tem causado na igreja. O gritar tem a ver com ser claro no discurso, falar sem medo ou constrangimento, colocar não só o dedo, mas a mão inteira nas feridas.
E o mi-mi-mi? Esqueça. Se formos ficar preocupados ou cheios de cuidados com sensibilidades manhosas, simplesmente ficaremos estagnados em nossas comunidades, as coisas deixarão de fluir, acontecer e prosperar. Grite gritos sinceros e justos, Cristo o fez e pagou o preço. Agora é o nosso turno, nosso tempo de expressar e defender a bandeira do evangelho. Emudecer não é o caminho, o “ide” exige proclamação, clara, inequívoca e urgente. Grite!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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