segunda-feira, 1 de julho de 2019

Trump tem reunião histórica na Coreia do Norte, mas não aborda perseguição religiosa

Trump tem reunião histórica na Coreia do Norte, mas não aborda perseguição religiosa

Donald Trump tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos a pisar na Coreia do Norte, depois de encontrar Kim Jong-un neste domingo (30) na fronteira entre as duas Coreias.

Após trocar um aperto de mãos, Trump cruzou a fronteira e conversou com o ditador norte-coreano por quase uma hora na zona desmilitarizada entre a Coreia do Norte e do Sul.

Ambos os países concordaram criar equipes para retomar as negociações nucleares. Este é o terceiro encontro em um ano — sua última cúpula foi interrompida em fevereiro, sem progressos na desnuclearização da Coreia do Norte.

“É bom ver você de novo. Eu nunca esperei te encontrar neste lugar”, disse Kim a Trump com um sorriso. “Acredito que essa seja uma expressão de sua disposição em eliminar todo o passado infeliz e iniciar um novo futuro”.

“Eu fiquei orgulhoso de passar por cima da linha [que divide as duas Coreias]”, disse Trump a Kim, depois que os líderes retornaram ao lado sul-coreano. “É um grande dia para o mundo”.

Por um breve momento, Trump e Kim foram acompanhados pelo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em uma reunião de três vias sem precedentes, em um prédio conhecido como Freedom House (Casa da Liberdade), do lado sul-coreano.

Embora as reuniões históricas e declarações amistosas sejam simbólicas, é preciso levantar questões: o que essas negociações significam para os mais de 300 mil cristãos que não têm liberdade para exercer sua fé na Coreia do Norte?

E os cristãos perseguidos?

Na Coreia do Norte, que está em primeiro lugar no ranking de perseguição da organização Portas Abertas há 18 anos, qualquer expressão pública de fé pode significar a prisão ou morte de cristãos.

A organização estima que haja 250.000 norte-coreanos presos — 50.000 dos quais são presos políticos que foram detidos por sua fé cristã. 

Desde a primeira cúpula entre Trump e Kim, nada foi feito para lidar com os abusos dos direitos religiosos. Para Isaac Six, diretor de defesa da Portas Abertas nos EUA, a conversa entre os países não deveria começar e terminar com armas nucleares.

“Os regimes que apoiam terroristas e ameaçam cometer genocídio devem ser confrontados sempre que possível?. Absolutamente. Mas nunca podemos esquecer que uma nação é composta de muito mais do que apenas seu governo. Em nosso zelo para impedir o que pode ser uma ameaça real, devemos também elaborar nossa resposta de tal maneira que os direitos e liberdades de milhões sejam protegidos”, disse Six.

A Portas Abertas afirma que “ao ignorar o tratamento deplorável dos direitos humanos na Coreia do Norte, as conversas entre Trump e Kim também estão ignorando e desvalorizando mais de 300 mil homens, mulheres e crianças que escolheram seguir a Jesus”.

Diante do cenário, a organização incentiva cristãos do mundo inteiro a intercederem pela Coreia do Norte.

“Por meio do apoio e da oração, podemos seguir esse chamado bíblico. Nos próximos dias, semanas e meses, à medida que os dois países formarem equipes para retomar as negociações, ore diariamente e fervorosamente para que essas conversas incluam também os direitos humanos”, pede a Portas Abertas.


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