quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Pioneiro do MMA na Inglaterra deixou o Brasil para virar missionário: “Deus me chamou”

Pioneiro do MMA na Inglaterra deixou o Brasil para virar missionário: “Deus me chamou”

Jean Silva teve suas primeiras experiências como lutador em João Pessoa, na Paraíba, mas foi na Inglaterra que ele passou a ter um lugar de destaque no Vale-Tudo. 

Em 2001, Jean passou a chamar a atenção com suas habilidades no jiu-jítsu e capoeira e as portas começaram a se abrir no Reino Unido. No ano seguinte, ele fez parte do primeiro evento do Cage Rage em Londres e se consagrou diante do público britânico.

Enquanto se tornava um dos principais atletas do MMA na Inglaterra, Jean disse em entrevista exclusiva ao Guiame que passou a ter experiências com grupos inspirados por conceitos Illuminati e passou a ter síndrome de pânico.

“Eu comecei a querer me libertar dessa situação através de outras religiões e seitas, mas não dava o braço a torcer. Até que me falaram que a única solução, depois de percorrer em vários lugares, estava na Igreja de Jesus Cristo. Foi aí que começou a minha jornada”, conta Jean.

“Essa jornada durou um bom tempo para que eu pudesse entender o propósito que Deus tinha em minha vida”, acrescenta o veterano. “O maligno cauterizou a minha mente durante 38 anos, com muitas mentiras e o engano da fama, dinheiro e poder — o que acontece com muitos até hoje”.

Anos mais tarde, Jean decidiu voltar ao Brasil e fazer um teste para a Chute Boxe, em Curitiba — uma das principais academias do esporte no País. Foi na equipe curitibana que nomes como Anderson Silva, Wanderlei Silva, Maurício Shogun e Pelé Landy foram revelados.

Ainda sendo parte da Chute Boxe, Jean foi chamado em 2005 para lutar no Pride, maior evento de MMA do Japão. Ele seguiu lutando em diversos eventos nos anos seguintes, como o Super Challenge no Brasil.

Seu ritmo no esporte começou a diminuir, e depois de se dedicar a outros negócios em João Pessoa, ele abriu uma academia de MMA em 2015. Quando ele conheceu sua atual esposa, Priscila Silva, sua vida foi inteiramente entregue a Deus.


Jean Silva e Priscila se casaram em fevereiro de 2017. (Foto: Reprodução/Instagram)

“Nós passamos um tempo em oração, depois noivamos e casamos”, conta Jean. Já na lua de mel após o casamento, que aconteceu em fevereiro de 2017, o casal recebeu uma direção de Deus através de um pastor. Seis meses depois, eles decidiram deixar o Brasil e atender o chamado missionário.

“A academia estava bem encaminhada, mas havia algo incompleto dentro de mim. Foi quando nós decidimos abrir mão da nossa vida no Brasil. Assim como o apóstolo Paulo teve que sair debaixo de uma influência, eu creio que não tinha como crescer a minha fé, o amor e a compaixão debaixo da influência que eu vivia no Brasil”, explica Jean. 

Em Portugal, Jean e Priscila passaram a se dedicar em tempo integral para a obra missionária. Com seu testemunho de vida e a nova vocação, ele conta que muitos atletas têm sido alcançados pela mensagem do Evangelho. 

“Nesse tempo na Europa, tive a oportunidade de levar a Palavra para alguns atletas do futebol e da própria luta, que passaram por aqui. Eu tenho conseguido fazer isso todos os dias através da nossa própria vida, porque levar a Palavra é viver a Palavra”, destaca.

Por outro lado, Jean destaca alguns desafios da vida missionária na Europa. Um deles é a luta para não se acomodar com o poder aquisitivo oferecido pelos países da região. “Muita gente, ao chegar aqui, acaba se corrompendo com o deus deste continente chamado Mamon, sem saber que você entra em um sistema de escravidão”, observa.


Jean Silva atendeu ao chamado missionário ao lado da esposa, Priscila. (Foto: Reprodução/Instagram)

“Para mim foi muito difícil ter que abrir mão do trabalho para viver dedicado em oração e tempo de comunhão com a Palavra, para que houvesse um romper. Nós só temos autoridade sobre aquilo que vencemos. Mamon, para mim, foi um senhor durante um bom tempo. Deus me trouxe para um lugar onde eu pudesse vencer e ter autoridade sobre isso”, revela Jean. 

Outra dificuldade pelo atleta aposentado é a frieza do coração do povo europeu. “Eles estão cansados, fartos de ouvir sobre religiões — porque são várias, confundem a cabeça, e essa é a estratégia do inimigo. Mas quando você prega a Palavra e tem uma vida no Espírito, porta nenhuma prevalece contra a Igreja, porque a Palavra é viva e, quando é falada, traz vida para aqueles que estão mortos”.

Olhando para sua vida no esporte e sua jornada como missionário, Jean Silva afirma que quer deixar como legado “simplesmente o fato de viver a Palavra de Deus”.

“Não é fazer mais, tampouco menos, é fazer o que o nosso Deus Todo Poderoso preparou para cada um de nós. Eu só quero exaltar o nome do Senhor fazendo aquilo que Ele me chamou para fazer”, finaliza.


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