sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Zombar da fé cristã não é liberdade de expressão, diz promotora sobre Porta dos Fundos

Zombar da fé cristã não é liberdade de expressão, diz promotora sobre Porta dos Fundos

Uma promotora do Rio de Janeiro está pedindo a suspensão do filme “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”, que está disponível na Netflix.

Em um parecer emitido na última quarta-feira (18), Barbara Salomão Spier, do Ministério Público do Rio de Janeiro, se mostrou favorável à suspensão da exibição do filme, após ser consultada em processo que tramita na 16ª Vara Cível do Rio. Após o parecer, a Justiça decidirá se o conteúdo será suspenso ou não.

O filme distribuído pela Netflix está sendo questionado na Justiça sob alegação de que ele fere os valores cristãos. Além da suspensão do filme, na ação civil pública que move o processo, a ‘Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura’ pede, uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, "R$ 0,02 por cada brasileiro que professa a fé católica". Os réus da ação são a produtora Porta dos Fundos e a plataforma de filmes em streamming, Netflix.

No roteiro do filme, entre outros conteúdos questionáveis, Jesus é retratado como homossexual; Deus é um mentiroso que não controla seus impulsos sexuais, formando um triângulo amoroso com José e Maria, retratada como adúltera e ao final, o “namorado” de Jesus se revela como Lúcifer.

Em seu parecer, a promotora citou ainda o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, no julgamento de recurso extraordinário do processo contra a revista Playboy, que publicou fotos da atriz Carol Castro despida com o rosário (objeto religioso) nas mãos. Ela usou a citação para apontar o abuso do direito de liberdade de expressão por parte do Porta dos Fundos.

"O que é sagrado para um, pode não ser sagrado para o outro, e o respeito deve, portanto, imperar. Fazer troça aos fundamentos da fé cristã, tão cara a grande parte da população brasileira, às vésperas de uma das principais datas do Cristianismo, não se sustenta ao argumento da liberdade de expressão", escreveu ela em seu parecer.

"Resta evidente o risco ao resultado útil do processo, já que a cada dia que o filme permanece disponível, sendo veiculado pelos réus, especialmente nesta época do ano, a fé cristã é aviltada, viabilizando-se a disseminação do mesmo a todo aquele que assina os referidos canais". 

Atualmente, uma petição online também pede a suspensão da exibição do filme, com mais de 2 milhões de assinaturas.


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