Um acordo de paz envolvendo Israel está vinculado aos acontecimentos que são apontados pelas profecias bíblicas. Líderes cristãos, muçulmanos e judeus se reuniram esta semana em Roma para discutir como as religiões podem contribuir com soluções de paz em regiões de conflito, como o Oriente Médio.
A Iniciativa de Fé Abraâmica (AFI, na sigla em inglês) uniu 25 líderes religiosos entre 14 e 17 de janeiro na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.
Entre os participantes estavam o cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso; Shaykh Abdallah Bin Bayyah, presidente do Fórum para a Promoção da Paz nas Sociedades Muçulmanas; Riccardo di Segni, rabino principal de Roma; e o patriarca ortodoxo Grego Theophilos III de Jerusalém.
Muitos esforços de paz fracassaram porque não consideraram as implicações religiosas, de acordo com Sam Brownback, embaixador dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional, que também esteve no encontro.
“Se tivéssemos envolvido os atores religiosos há 30 anos nas negociações e discussões de paz no Oriente Médio, dizendo ‘ok, é nisso que estamos pensando, o que vocês acham? Nos ajude a construir a paz’, estaríamos em um lugar diferente hoje”, disse Brownback ao Religion News Service.
“Ainda não temos paz no Oriente Médio e as perspectivas não parecem particularmente boas”, ele acrescentou.
Em sua declaração final publicada na quinta-feira (16), os membros da AFI afirmaram que irão “servir pessoas de outras religiões e sem crenças” e condenaram aqueles que “usam o nome de Deus, ou os ensinamentos de Abraão, para incitar derramamento de sangue ou oprimir outros”.
Muro das Lamentações e a Cúpula da Rocha, locais sagrados para judeus e muçulmanos em Jerusalém. (Foto: RNS/Emily McFarlan Miller)
Os participantes do evento se reuniram com o Papa Francisco na quarta-feira (15) e, em sua declaração final, citaram o “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da Convivência Comum”, assinado em fevereiro do ano passado com o grande imã de Al-Azhar, Ahmed el-Tayeb, no Emirados Árabes Unidos.
“Como o Papa Francisco nos disse ontem à noite, nosso foco deve estar em como construir fraternidade, o que significa laços de amizade”, disse o rabino David Rosen, diretor de assuntos inter-religiosos do Comitê Judaico Americano.
Durante a audiência com o papa, os líderes religiosos apresentaram vários planos de ações conjuntas, desde a criação de uma rede de agências religiosas para discutir sobre a imigração ou combate à pobreza, até o estabelecimento de uma delegação simbólica para colaborar respeitosamente em áreas de conflito.
“Falando sobre Jerusalém, acho que os líderes ignoraram a dimensão religiosa, que faz parte do problema”, disse Rosen. “Se você lidar com os conflitos tendo como base apenas as questões territoriais, como o mercado imobiliário, não será suficiente, porque existem questões intangíveis relacionados ao apego histórico e à identidade espiritual das pessoas”.
“Isso é algo que os políticos ainda não entenderam, então talvez essa seja uma maneira de abrir a porta para esse entendimento”, acrescentou o rabino.
Vindo da Indonésia, que tem a maior população muçulmana do mundo, o clérigo muçulmano Yahya Cholil Staquf acredita que a construção de paz e harmonia entre as religiões deve ter um impacto global.
“Com tudo o que está se desenvolvendo globalmente, vemos todos os tipos de ameaças à harmonia de nossa sociedade. Portanto não há escolha, também devemos nos envolver globalmente”.
Em encontro com Papa, líderes dizem que religiões podem contribuir para acordos de paz publicado primeiro em https://guiame.com.br
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