sexta-feira, 15 de maio de 2020

Em dia de especulações sobre o anticristo, Papa propõe oração com todas as religiões

Em dia de especulações sobre o anticristo, Papa propõe oração com todas as religiões

Nesta quarta-feira, dia 14 de maio, o Vaticano iria sediar o Pacto Educativo Global, lançado pelo Papa Francisco para reunir a comunidade internacional e líderes de diversas religiões para discutir sobre o tema. Em torno do evento mundial, surgiram diversas especulações nas redes sociais de que um “líder mundial” seria revelado na ocasião.

Devido à pandemia do Covid-19, o evento foi adiado para outubro de 2020. A previsão é que a adesão ao Pacto seja assinada em 15 de outubro.

Em mensagem sobre o lançamento do pacto educativo, o Papa disse que o primeiro passo é encontrar “a coragem de colocar a pessoa humana no centro”, sugerindo o amadurecimento de uma “nova solidariedade universal e uma sociedade mais acolhedora”. 

As especulações sobre seu discurso ganharam ainda mais força depois que um sacerdote católico, conhecido como Paulo Dornelles, disse que o Papa Francisco apresentaria o anticristo ao mundo.

“É o Francisco que vai começar a dar a importância internacional para o anticristo. Tanto no campo político como no campo internacional. O trabalho todo já está feito. (...) O anticristo vai ter a figura dada por Francisco e vai ter todas as religiões em si mesmo. Com certeza já não deve demorar muito. Será no primeiro semestre de 2020, ou até ao dia 14 de maio, no dia da reunião importante de líderes em Roma”, disse Dornelles, que foi excomungado pelo Vaticano.

O que de fato aconteceu em 14 de maio?

Em 14 de maio, pessoas de todas as religiões foram chamadas pelo Vaticano a participar de um dia de oração, jejum e atos de caridade pelo fim da pandemia de coronavírus.

Usando diversos idiomas, o Alto Comitê para a Fraternidade Humana fez um apelo: “Cada um de onde quer que esteja e de acordo com os ensinamentos de sua religião, fé ou seita, deve clamar a Deus que afaste essa pandemia de nós e do mundo inteiro”, segundo a agência de notícias Catholic News.

O Papa reforçou a mensagem de união no Twitter: “Gostaria de lembrar que, em 14 de maio, os seguidores de todas as religiões são convidados a se unirem espiritualmente em um dia de oração, jejum e obras de caridade, para implorar a Deus que ajude a humanidade a superar a pandemia do coronavírus”.

O Alto Comitê para a Fraternidade Humana é formado por cinco líderes muçulmanos, dois líderes do Vaticano, um rabino judeu dos EUA e a ex-diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.

O Comitê iniciou suas atividades públicas em 2019 e trabalha para “encorajar as autoridades legislativas de diferentes países a aderirem aos objetivos da Declaração comum, reforçando, nas legislações nacionais, tudo o que possa contribuir para os valores do respeito mútuo e da convivência pacífica”.

Segundo o site oficial, a plataforma “está atualmente nos estágios iniciais de sua formação, estabelecendo as bases para suas atividades futuras”.

Mas um dos principais projetos é o edifício chamado “Abrahamic Family House” (“Casa da Família Abraâmica”) em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O projeto reúne no mesmo prédio uma mesquita, uma igreja, uma sinagoga um centro educacional. 

Como reagir ao fim dos tempos?

Ao comentar as especulações geradas em torno do dia 14 de maio, o pastor Antônio Júnior pediu que os cristãos tenham cautela.

“Eventos como este sempre aconteceram no mundo, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial e da criação da ONU. Líderes políticos e religiosos sempre se reúnem para debater assuntos de interesse global”, disse o pastor em vídeo publicado nas redes sociais.

“Tome muito cuidado com essas teorias da conspiração e falsas profecias que as pessoas criam para enganar o povo de Deus. Quantas vezes você já ouviu falar que o mundo acabaria em tal data ou que o anticristo seria tal pessoa. Alguma vez isso se cumpriu? Não, porque ninguém sabe qual é o tempo de Deus para tudo o que vai acontecer no fim dos tempos”, acrescentou o pastor.

Por outro lado, ele esclarece um fato importante: tudo está se alinhando para a vinda do anticristo. “Basta nós olharmos para os últimos acontecimentos que temos visto no mundo”, disse Antônio, citando terremotos, guerras, epidemias e perseguições.

“Diante de tudo isso, devemos nos preocupar em ter uma vida de comunhão com Deus e estarmos preparados para a volta de Jesus. Porque quando a profecia se cumprir e o anticristo vier, os nossos nomes precisam estar escritos no livro da vida”, destacou.


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