quarta-feira, 27 de maio de 2020

Quase metade dos membros de igrejas deixaram de ver cultos online nas últimas semanas

Quase metade dos membros de igrejas deixaram de ver cultos online nas últimas semanas

Quase metade dos membros de igrejas não assistiu a nenhum culto online nas últimas quatro semanas e, entre os que assistiram, apenas 40% se conectaram aos cultos de sua igreja local, de acordo com uma pesquisa do Barna Group nos Estados Unidos.

O levantamento mostra que 48% dos membros de igrejas afirmam que deixaram de ver os cultos online nas últimas quatro semanas. Dos 52% que assistiram os cultos, 40% viram a transmissão de sua própria igreja e 23% viram os cultos de uma igreja diferente.

“Isso significa que as igrejas que estão crescendo estão atraindo pessoas de igrejas que não estão crescendo”, avaliou em seu blog o pastor Carey Nieuwhof, fundador da Connexus Church em Ontário, no Canadá. “Essa tendência pode estar se acelerando durante a suspensão [dos cultos]”.

Enquanto líderes cristãos pedem que as igrejas sejam reabertas para retomar os cultos presenciais, a pesquisa mostra que nem todo mundo planeja voltar aos bancos.

“Por mais tentador que seja reabrir as portas e acreditar que todos estão voltando, os dados (agora) mostram que provavelmente não é esse o caso”, observou Nieuwhof. “Para começar, o distanciamento social torna impossível salas completas e, até que seja seguro realizar reuniões de massa, não é prudente. Os quartos completos estão a meses de distância, se não mais.

Segundo dados recentes da plataforma Gloo, realizada com milhares de líderes cristãos, não há um consenso sobre qual será o momento “seguro” para se reunir novamente.

Cerca de 21,5% dos pastores dizem que retomariam os cultos presenciais quando os casos de coronavírus diminuíssem; 17% retomariam apenas quando as diretrizes para isolamento social forem aliviadas e 14% retomariam quando as empresas locais forem abertas. 

Cerca de 15% exigem que todas as condições citadas sejam cumpridas antes de reabrirem, enquanto 10% não têm certeza do melhor momento para retomar os cultos. Outros 8% observaram que a abertura de restaurantes locais seria um bom sinal para reabrir. 

Com base em sua posição de pastor, Nieuwhof aconselha os líderes a se prepararem para uma “decepção emocional” quando verem as igrejas cheias de cadeiras vazias.

“Essa pode ser a realidade ainda por um tempo. Eu acho que muitos líderes estão relutando com a falta de ‘normalidade’ mais do que imaginam. Busque aconselhamento, converse com um amigo, ore e se prepare para um período de interrupção mais longo do que deseja. É o que a liderança exige às vezes”, observou.

Nieuwhof disse ainda que a pandemia de coronavírus acelerou a imersão digital em muitos setores, especialmente nas igrejas, e prevê que “as igrejas que mais crescerão no futuro se tornarão organizações digitais com expressões físicas, não organizações físicas com presença digital”.

“Sei que muitos se opõem a isso, mas é tolice ignorar o fato de que as pessoas se conectam mais facilmente online e admitem a verdade mais rapidamente online do que pessoalmente”, disse Nieuwhof. “Colocar a igreja digital de volta na prateleira é ignorar a maior oportunidade que a igreja tem hoje para alcançar as pessoas”.


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