quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Terroristas usam campo de futebol para decapitar mais de 50 pessoas em Moçambique

Terroristas usam campo de futebol para decapitar mais de 50 pessoas em Moçambique

Mais de 50 pessoas foram decapitadas por militantes islâmicos em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Os terroristas transformaram o campo de futebol de um vilarejo em um “campo de execução”, onde degolaram as vítimas, segundo relatórios.

Este não foi o único local de massacre — várias pessoas também foram decapitadas em outra aldeia, informou a mídia estatal moçambicana.

Os militantes estão ligados ao Estado Islâmico (EI), dando ao grupo terrorista uma base no sul da África. Os extremistas têm explorado a pobreza e o desemprego na região para recrutar jovens, a fim de estabelecer o domínio islâmico.

No ataque brutal à aldeia de Muatide, os moradores que tentaram fugir foram capturados e levados para um campo de futebol local, onde foram decapitados e mutilados. O massacre começou na noite de sexta-feira (6) e foi até domingo (8),  informou o Pinnancle News. Pelo menos 50 pessoas foram decapitadas.

Na aldeia de Nanjaba, também na noite de sexta-feira, homens armados gritaram “Allahu Akbar” (“Alá é o maior”, em português), disparando e incendiando casas. Segundo a agência de notícias estatal de Moçambique, houve sobreviventes. Duas pessoas foram decapitadas na aldeia e várias mulheres sequestradas.

Uma série de ataques militantes tem acontecido na província de Cabo Delgado desde 2017. Cerca de 2.000 pessoas foram mortas e 430.000 ficaram desabrigadas no conflito na província de maioria muçulmana.

O governo de Moçambique apelou por ajuda internacional para conter a insurgência, dizendo que suas tropas precisam de treinamento especializado.

Em abril, mais de 50 pessoas foram decapitadas ou mortas a tiros em um ataque a uma aldeia em Cabo Delgado e no início deste mês, nove pessoas foram decapitadas na mesma província.

Em entrevista ao Guiame, a cantora moçambicana Selma Uamusse falou sobre o panorama do país. Embora o conflito envolva aspectos econômicos, políticos e sociais, ela acredita que também há uma batalha espiritual em Cabo Delgado. “Há uma guerra que não é apenas física, mas há uma guerra espiritual também”, destaca.

Em meio a esse contexto, organizações como a Iris Global, sediada em Moçambique, fundada pelos missionários Heidi e Rolland Baker, tem fornecido ajuda humanitária e fortalecido as aldeias com a Palavra de Deus.

Pelo menos 10 mil pessoas têm sido alimentadas diariamente em Cabo Delgado, incluindo deslocados internos, viúvas, deficientes físicos e famílias vulneráveis. “O amor é uma ação”, disse Heidi Baker em vídeo publicado pela organização.

“Em resposta ao terrorismo radical e à pandemia global da Covid-19, nós e o Iris acreditamos que este é o momento perfeito para sermos luz nessas situações sombrias. Estamos alimentando os famintos espiritual e fisicamente. Todos nós somos chamados a parar por quem precisa, com o poder do Espírito Santo”, disse a missionária.


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