Caras que já se deram ao trabalho disseram ter contado 365 “não temas” nas escrituras sagradas, um para cada dia do ano, dizem. Difícil divulgar estes dados porque precisaríamos de averiguar nos originais e o tipo de contexto de cada expressão, mas que dá um certo consolo saber que todo dia podemos ouvir um “não temas”, ahhhh, isso dá.
O problema é que “só” 365 está se tornando pouco. Isso mesmo, pouco! Por dia, apenas um “não temas” já parece não ser suficiente. O medo cresce principalmente nos grandes centros. A chamada vida pacata nas áreas rurais também já é ameaçada. A tranquilidade típica de outros tempos vai rareando dia a dia. Medo. Dos mais diversos tipos, uns com boas explicações e justificativas coerentes, outros sem qualquer explicação, irracionais, emocionais, passionais, sem nada coerente pra justificar.
Charles Chaplin afirmava que a vida seria sempre maravilhosa se não tivéssemos medo dela. Talvez isto explique por que cresce o medo em todas as camadas sociais. Pobres pensam que ricos não os tem. Ricos pensam que pobres vivem sem as preocupações que o dinheiro traz. Ambos erram. Ricos e pobres estão se suicidando, cada qual com sua frustração e decepção com a vida. Ambos vão sendo engolidos por realidades injustas, opressoras, vazias, ambos são dominados pelo medo e passam a desconhecer o que seja uma vida maravilhosa.
Covardes. Esta é uma das grandes produções do medo em nosso tempo, cada vez mais temos homens e mulheres covardes no sentido de encarar e enfrentar as injustiças e dissabores diários. É gente que vai morrendo sem perceber que está morrendo. William Shakespeare captou muito bem essa realidade: “Os covardes morrem várias vezes antes de sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.”
São tantos ataques diariamente que o homem se vê muitas vezes abatido, sem forças, indefeso, ameaçado, com medo. Diante deste quadro é que muitos precisariam ouvir um “não temas” bem mais que uma vez ao dia. Mas será que resolveria? Penso que não. Pois vejo a matemática de forma um pouco diferente. Não ouço de Deus apenas um “não temas” por dia, antes procuro ouvir diariamente a todos os “não temas” que estão contidos em sua Palavra.
Ouvir é bom, mas unir o ouvir com o fazer pode ser ainda melhor. Li uma frase que explica bem o que quero dizer: “Não tenha medo, tenha fé!”, e acrescentaria na frase uma palavrinha poderosa: “...tenha fé e amor!”. E por quê? Porque sem fé é impossível agradar a Deus, porque a fé é o nosso firme fundamento de tudo que esperamos mesmo sem ver, porque devemos andar por fé e não pelo que vemos e, acima de tudo, porque somente o perfeito amor, aquele que só se encontra em Deus, é que lança fora todo medo.
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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