terça-feira, 16 de junho de 2020

Reino Unido bate recorde de abortos com mais de 207 mil procedimentos em um ano

Reino Unido bate recorde de abortos com mais de 207 mil procedimentos em um ano

Mais abortos foram realizados no Reino Unido em 2019 do que em qualquer ano anterior, desde que o procedimento foi legalizado em 1967, de acordo com um novo relatório.

O Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido divulgou sua atualização anual sobre as estatísticas dos procedimentos de aborto na Inglaterra e no País de Gales na última quinta-feira.

De acordo com o relatório, houve 207.384 abortos realizados em mulheres que vivem na Inglaterra e no País de Gales em 2019, o maior número, desde a legalização do procedimento em 1967.

Em comparação com 2018, a taxa de abortos aumentou para mulheres com mais de 35 anos, permanecendo basicamente a mesma para mulheres com menos de 18 anos.

A idade que registrou a maior taxa de aborto em 2019 foi de 22 anos, com 31,6 em cada 1.000 mulheres. Este é um pequeno aumento em relação a 2018, em que as pessoas de 21 anos tiveram a maior taxa de abortos, com 30,7 por 1.000.

A taxa de menores de idade que buscam abortos caiu nos últimos anos, de acordo com o relatório, mesmo que os números tenham permanecido os mesmos de 2018 a 2019.

"O declínio desde 2009 é particularmente acentuado na faixa etária abaixo dos 16 anos, em que as taxas caíram de 4,0 por 1.000 mulheres em 2009 para 1,4 por 1.000 mulheres em 2019", explicou o relatório.

"A taxa de aborto para jovens de 18 a 19 anos também caiu de 31,6 em cada 1.000 mulheres para 23,8 entre 1.000 mulheres no mesmo período", acrescentou.

A ‘Sociedade para a Proteção das Crianças por Nascer’ (SPUC), um grupo britânico pró-vida, divulgou um comunicado classificando as últimas estatísticas como "uma tragédia nacional".

“Essa figura assustadora nos mostra que o aborto está se tornando cada vez mais normalizado. A propaganda que diz às mulheres que o aborto é "simples e seguro", aliada a um acesso mais fácil a pílulas, está aumentando o número de abortos", afirmou Antonia Tully, diretora de campanhas da SPUC.

"Mas, por trás dessa figura estão mulheres reais que deram um passo irreversível e que provavelmente estão sofrendo física ou emocionalmente", acrescentou.

Jonathan Lord, diretor médico da Marie Stopes UK, uma conhecida provedora de abortos no Reino Unido, argumentou que o aumento no número de abortos pode ser devido à falta de um bom acesso a contraceptivos.

"As necessidades contraceptivas das mulheres na faixa dos 20, 30 e 40 anos, incluindo aquelas que já têm filhos, foram tristemente negligenciadas", afirmou Lord, conforme relatado pelo The Guardian.

"A falta de investimento em serviços contraceptivos levou a um acesso deficiente e esperas inaceitáveis, principalmente pelos métodos mais eficazes de ação prolongada, como implante e diu", destacou.

Na Inglaterra, País de Gales e Escócia, o aborto eletivo é legal por até 24 semanas de gestação, sendo permitidos abortos mais tardios, desde que em determinadas circunstâncias.

Em outubro passado do ano passado (2019), a Irlanda do Norte teve sua lei proibindo o aborto, exceto quando medicamente necessário, permitindo um acesso mais amplo ao procedimento.


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