quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Após Emirados Árabes, Sudão também quer acordo de paz com Israel

Após Emirados Árabes, Sudão também quer acordo de paz com Israel

Poucos dias depois que os Emirados Árabes Unidos anunciaram seu tratado histórico com Israel, o Sudão também expressou interesse em assinar um acordo de paz com o Estado Judeu.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Sudão, Haidar Badawi Sadiq, disse na última terça-feira (18), que seu país está conduzindo negociações de paz com Israel e que "não há necessidade de que a inimizade continue".

"Israel e o Sudão vão ganhar com um acordo de paz", disse Sadiq à Sky News em árabe. Ele disse que o novo tratado de paz entre os Emirados Árabes Unidos e Israel abriu caminho para que mais países árabes estabeleçam relações diplomáticas com Israel.

“Analisamos um acordo desse tipo por meio dos interesses do Sudão, sem sacrificar nossos valores e princípios”, disse Sadiq.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vem sugerindo relações com o Sudão há meses. Em fevereiro, o primeiro-ministro fez uma viagem histórica a Cartum (capital do país africano) para discutir a normalização dos laços.

Netanyahu disse na terça-feira que Israel dará as boas-vindas a um tratado de paz com o Sudão.

“Israel, Sudão e toda a região se beneficiarão do acordo de paz e serão capazes de construir juntos um futuro melhor para todos os povos da região. Faremos o que for necessário para transformar essa visão em realidade”, disse ele.

Um funcionário do governo sudanês disse à Associated Press que Jerusalém e Cartum realizaram deliberações nos últimos meses com a ajuda do Egito, dos Emirados Árabes Unidos e dos Estados Unidos.

"É uma questão de tempo. Estamos finalizando tudo. A ação dos Emirados Árabes nos encorajou e ajudou a acalmar algumas vozes dentro do governo que temiam uma reação do público sudanês”, disse ele, falando sob condição de anonimato.

Contexto

O Sudão, um país de maioria muçulmana, é historicamente inimigo de Israel e entrou em guerra contra o Estado Judeu durante a Guerra da Independência de Israel em 1948. O Sudão também se juntou aos exércitos árabes na luta contra Israel durante a Guerra dos Seis Dias em 1967.

Hoje, o frágil país está trabalhando para estabelecer a democracia depois que uma revolta popular levou os militares sudaneses a derrubarem o ex-presidente Omar al-Bashir em 2019. O país agora é governado por um governo militar-civil com possibilidade de eleições no final de 2022.

O ministro israelense das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi, disse que o anúncio do Sudão "destaca a mudança fundamental que está ocorrendo no Oriente Médio em geral, e no Sudão em particular."

“Em um futuro próximo, continuaremos discutindo a melhoria das relações até estarmos em condições de assinar um acordo de paz que respeite os interesses de ambos os países”, disse Ashkenazi.

Os líderes palestinos condenaram o Sudão por buscar a paz com Israel.

“Onde está o povo revolucionário do Sudão?”, perguntou o oficial sênior da Organização para a Libertação da Palestina, Hanan Ashrawi.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também pediu aos países árabes que não normalizem os laços com Israel.

"Consideramos isso uma apunhalada pelas costas e absolutamente repudiamos [esse acordo]", disse Abbas durante uma reunião com líderes palestinos na noite de terça-feira.

Onda de paz

Enquanto isso, muitos especulam que outros países do Oriente Médio, como Bahrein e Omã também seguirão o exemplo dos Emirados Árabes Unidos e farão acordos de paz com Israel. Na segunda-feira, Omã e Israel disseram que seus ministros das Relações Exteriores conversaram e concordaram em "manter contato direto e contínuo".

Israel espera que a Arábia Saudita, inimiga declarada do Irã, também concorde em manter relações com Israel. A Arábia Saudita ainda não comentou sobre o novo tratado de paz dos Emirados Árabes Unidos com Israel, mas o conselheiro sênior do presidente Trump, Jared Kushner, disse acreditar que o reino normalizará os laços com o Estado judeu.

“Acho que é inevitável que a Arábia Saudita e Israel tenham relações totalmente normalizadas e sejam capazes de fazer muitas coisas boas juntos”, disse Kushner à CNBC na semana passada.


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