quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Irlanda do Norte autoriza casamento religioso entre pessoas do mesmo sexo

Irlanda do Norte autoriza casamento religioso entre pessoas do mesmo sexo

Desde 1º de setembro, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo estão autorizados na Irlanda do Norte. A aprovação para o casamento civil aconteceu em 13 de janeiro, mas as cerimônias religiosas não eram permitidas para casais gays.

Robin Walker, Ministro de Estado da Irlanda do Norte, introduziu a mudança nas regras de casamento no Parlamento em julho.

Patrick Corrigan, Diretor da Anistia Internacional para a Irlanda do Norte e parte da coligação Love Equality, disse na altura: "Este é um dia marcante para a igualdade na Irlanda do Norte”.

A proposta teve resistência de grupos evangélicos irlandeses. Colin Hart disse que a liberdade de expressão seria "largamente desprotegida" se as mudanças fossem adiante com a ideia.

O diretor do grupo evangélico questionou o fato de a votação ter acontecido sem "nenhuma consulta e nenhuma consideração sobre como proteger aqueles que respeitosamente não concordam com a redefinição do casamento para incluir relações entre pessoas do mesmo sexo".

Os novos regulamentos permitem que as igrejas tenham o direito de decidir por si mesmas.

Rev. Daniel Kane, do Conselho de Relações Públicas da Igreja Presbiteriana na Irlanda (PCI). (Foto: Reprodução / Belfast Live)

O Rev. Daniel Kane, do Conselho de Relações Públicas da Igreja Presbiteriana na Irlanda (PCI) disse que "a posição da Igreja Presbiteriana na Irlanda sobre o casamento é bem conhecida. Como denominação, defendemos o entendimento histórico e cristão de que o casamento é exclusivamente entre um homem e uma mulher”.

"Temos nos oposto sistematicamente à redefinição do casamento e, portanto, como Igreja, saudamos o fato de que os regulamentos reconhecem por lei o direito da PCI e de outros corpos religiosos de manter sua posição e não realizar tais cerimônias", declarou Kane.

Votos na igreja

Falando ao Guiame, a advogada Patrícia Alonso diz que “a questão não é a permissão ou não da realização dos casamentos religiosos do mesmo sexo, mas sim, se o religioso se negar a fazer o referido casamento, ou não permitir que use as dependências da igreja a qual pastoreia para a realização desses tipos de ‘casamentos’. Será ele chamado de ‘homofóbico’?”

Em fevereiro deste ano, o jornal “The Irish Time” publicou a preocupação de cinco bispos da Irlanda do Norte ao pedirem proteção contra acusações de discriminação para membros que se recusam a oficiar casamentos do mesmo sexo.

“E para aqueles que pensam que o simples fato de permitir ou não resolverá a questão estão muito enganados”, diz Patrícia, acreditando que “as próximas reinvindicações serão os reconhecimentos de todos os tipos de relações sexuais, e sempre com a pecha da ‘bênção de Deus’”.

Citando a Constituição Brasileira, que garante a liberdade de expressão e de religião, o Pr. Roberto Cruvinel disse ao Guiame ser contra uma legislação que obrigue o ministrante a quebrar suas convicções pessoais e religiosas. “Não sou obrigado a ferir a minha convição, e ela diz que eu não posso fazer isso”, afirma.

Patrícia Alonso diz que a “Igreja De Cristo no Brasil precisa sair da letargia e tomar posicionamentos para que o Evangelho no Brasil continue a manter o que está escrito em Atos do Apóstolos 28:31: Ensinando o Evangelho com liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.’”

Com a nova mudança na Irlanda do Norte, o país passa a estar alinhado com o que já é feito na Escócia, Inglaterra e País de Gales.


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