Aproveitando o mês temático “Agosto Lilás”, volto a este espaço, mais uma vez, para falar sobre a violência contra a mulher.
Este é um tema que, infelizmente, não se esgota. Ao contrário, a cada dia recebemos notícias tristes de ataques, inclusive fatais, que têm sido feitos às mulheres, seja por seus companheiros, pelos pais, irmãos e até filhos.
Parece não haver ambiente seguro para elas – ou nós, incluo-me, obviamente, neste universo. As mulheres têm sido agredidas verbal e fisicamente, principalmente dentro de suas casas (de seus lares), onde deveriam ser o lugar mais seguro para elas.
Essas mulheres estudam, muitas são universitárias; elas estão no mercado de trabalho, onde inclusive sofrem assédios diversos (uma forma de violência que pode ser física ou psicológica); elas estão também nas igrejas, onde muitas vezes têm receio de compartilhar suas histórias, ou melhor, suas tragédias pessoais.
É triste termos de conviver com essas situações tão humilhantes para quem sofre e tão aviltantes para a sociedade, que se diz moderna, civilizada...
Felizmente, temos visto muitas instituições se envolvendo nessa batalha, como é o caso do Ministério Público de Manaus, cidade onde estou ministrando nesses dias. O MP da capital do Amazonas fará 30 dias de debates sobre violência doméstica e familiar contra a mulher.
Também há ações no Metrô de Pernambuco, palestras no Sebrae, e outras tantas que pesquisei na Internet.
Ações como essas nunca são demais. Aliás, penso que falta este tipo de iniciativa nas igrejas.
Não vemos esse tema ser tratado com a força que deveria no ambiente da fé. Talvez um comentário aqui outro ali, mas nada mais contundente que aponte a preocupação da liderança sobre esse tema tão sério, cuja prática tem custado centenas de vidas a cada ano, além de ser a causa de traumas psicológicos e emocionais enormes, para elas e para os filhos, quando os têm.
A ausência de informações sobre a violência doméstica e contra a mulher nas igrejas faz parecer que as mulheres de fé não passam por esse tipo de violência. E isso não é verdade. Veja que, já no Antigo Testamento, vê-se mulheres sendo maltratadas, sofrendo abusos, sendo vítimas de estupros e até incesto. Não é novidade no cenário cristão.
Assim, acredito que a igreja, como um braço de apoio à sociedade, e com grande alcance junto às famílias, deve se apropriar dessa discussão. Precisa mostrar que a violência contra a mulher é inaceitável; os pastores e pastoras devem amplificar o discurso de Jesus, que sempre respeitou e prezou as mulheres.
Ademais, as mulheres líderes na igreja precisam tocar nessa ferida, trazendo esclarecimentos àquelas que estão sob sua responsabilidade espiritual, não deixando-as abandonadas e sem instrução com base no ensinamento da Bíblia. Lembra-se de Jesus com a mulher samaritana? (Jo 4.7-10).
A mulher é preciosa para Deus. Não à toa Jesus cercou-se da ajuda feminina em seu ministério (Lc 8.3).
Então, vamos praticar o amor de Deus, ensinando o valor à vida, o respeito e o cuidado com as mulheres.
Não se esqueça que o Pai ama você!
Por Darci Lourenção, psicóloga, pastora, coaching, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor” e “Viva sem compulsão”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
"Agosto lilás", vamos falar mais sobre a violência contra a mulher publicado primeiro em https://guiame.com.br
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