quinta-feira, 21 de novembro de 2019

“A Igreja Brasileira precisa alcançar seu próprio povo”, diz líder americano sobre missões

“A Igreja Brasileira precisa alcançar seu próprio povo”, diz líder americano sobre missões

Ron Sanchez tem mais de vinte anos de experiência em engenharia de infraestrutura municipal de água e esgoto em Colorado, nos Estados Unidos. Mas ele uniu seu conhecimento como engenheiro por uma causa maior: a missão de levar o Evangelho e água potável para comunidades carentes.

Sanchez é vice-presidente da Jacob’s Well, que foi fundada nos EUA e expandiu sua atuação para o Nordeste do Brasil com o nome em português, Poço de Jacó.

“O Poço de Jacó viu uma necessidade diferente de abordar o trabalho missionário e de desenvolvimento no Brasil — viu uma necessidade de focar no desenvolvimento do indivíduo e das famílias ao invés de apenas trazer projetos aos quais poderiam ou não dar certo, se as pessoas não conseguissem se desenvolver e levar o projeto por conta própria”, disse Sanchez em entrevista ao Guiame.

O Poço de Jacó promove o ensino da Palavra de Deus e também provoca impacto nas comunidades através de ferramentas de desenvolvimento social e econômico. 

Isso é feito através da metodologia de Transformação Integral Comunitária (TIC), originada do inglês Community Health Evangelism (CHE), que incentiva as pessoas a desenvolver projetos sustentáveis em suas comunidades. 

“Eu creio que quando Jesus chamou seus primeiros discípulos, Ele estava tentando ensiná-los a serem pescadores de homens. Ele tem um discipulado e treinamento bem intencionado nas pessoas que Ele chamou para segui-Lo. Então você pode ensinar uma pessoa a fazer algo seguindo uma receita, mas quando ensinamos uma pessoa a usar ferramentas ou recursos que ela tem, a maior lição que ela terá é aprender a se desenvolver de forma que ela mesma poderá resolver seus problemas”, explica o engenheiro.

“Então a diferença entre o desenvolvimento do CHE e a caridade são os investimentos de longo prazo no indivíduo e nas famílias, e não um único investimento em recursos. É um investimento a longo prazo”, acrescenta.

Embora Sanchez classifique as condições no Nordeste como “desafiadoras”, ele destaca o desejo das comunidades sertanejas em se desenvolver.

“Algumas das comunidades que visitamos tinham uma vida muito dura e difícil, o clima é seco e o governo não os ajuda”, observou o engenheiro em visita às comunidades Malhada Vermelha, no município de Santo André (PB) e Riacho da Porta, em Pentecostes (CE). “Percebi que há uma fome e um desejo de aprender e crescer”.

Ele ainda fez uma análise sobre o campo missionário no Nordeste do Brasil: “Eu entendi que a Igreja Brasileira tem um vasto campo para enviar missionários pelo mundo, porém acho difícil justificar o envio de seus missionários pelo mundo quando, aqui no Nordeste do Brasil, não há meios apropriados [em algumas comunidades] para ouvir sobre o Evangelho ou para serem ensinados sobre a Bíblia”, analisa. “Então sim, eu acho que a Igreja Brasileira tem uma grande responsabilidade em alcançar seu próprio povo”.


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