quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Hungria quer se aliar ao Brasil para ajudar cristãos perseguidos no Oriente Médio

Hungria quer se aliar ao Brasil para ajudar cristãos perseguidos no Oriente Médio

O governo da Hungria está propondo uma parceria com o Brasil para financiar uma ajuda a comunidades de cristãos perseguidos no Oriente Médio. Segundo o colunista do UOL, Jamil Chade, o projeto já está nas mãos do chanceler Ernesto Araújo.

No governo de Jair Bolsonaro, Brasília teve uma forte aproximação com Budapeste, fortalecida principalmente pelo cristianismo, que tem influenciado a política dos dois países.

O projeto foi entregue ao governo Bolsonaro pelo chanceler húngaro, Péter Szijjártó, que elogiou o presidente do Brasil por falar “abertamente” sobre o papel do cristianismo.  “Entreguei uma pilha de projetos ao chanceler Araújo e espero que ele escolha um ou alguns projetos”, disse o ministro à coluna do UOL. 

Segundo Szijjártó, cerca de 70 mil cristãos já foram atendidos pelos programas do governo de Viktor Orbán desde 2016. O projeto inclui a reconstrução de casas, escolas, hospitais e infra-estrutura, permitindo que as pessoas voltem para suas comunidades. 

Com a proposta, que ainda não foi definida pelo Itamaraty, o Brasil pode escolher entre apoiar comunidades cristãs na Síria, Iraque ou Líbano.  

Szijjártó conversou com o UOL durante uma conferência internacional organizada pela Hungria, com o objetivo combater a perseguição aos cristãos pelo mundo. Entre os participantes do evento em Budapeste estavam representantes dos Estados Unidos, Polônia, República Tcheca e Brasil.

Proteção contra o extremismo islâmico

Quando se trata da perseguição aos cristãos, o governo de Orbán também aborda a imigração e do fechamento das fronteiras. O primeiro-ministro húngaro defende que, se essas pessoas forem ajudadas em seus países de origem, elas não precisarão fazer parte do fluxo migratório para a Europa.  

“Na Hungria, há um sentimento contra a imigração e pela proteção de cristianismo. A Hungria está na rota da invasão islâmica e precisamos nos proteger. Temos o direito de proteger nossa cultura”, disse Orbán.

Ele defende que o “maior erro” que o Ocidente pode cometer é o de pensar que a perseguição aos cristãos não vai ocorrer na Europa. “O terror já golpeou a Europa várias vezes”, disse, apontando para a “infiltração de radicais” por meio da imigração irregular.  

“No futuro próximo, teremos países europeus em que a composição demográfica vai mudar rapidamente. A única salvação é se a Europa volta a sua identidade cristãs. Estamos com grandes problemas”, afirmou Orbán.  

“Para salvar a Europa, precisamos ajudar os perseguidos lá (no Oriente Médio). Em troca, vamos ganhar de volta o cristianismo”, destacou.  

O governo Orbán classifica a situação dos cristãos perseguidos como “genocídio” e chama a atenção para a urgência do tema. “São onze pessoas mortas por dia por acreditar em Deus”, disse Tristan Azbej, secretário do Programa do governo húngaro de Ajuda aos Cristãos Perseguidos. “Esse genocídio está ocorrendo ao mesmo que há um silêncio vergonhoso do Ocidente”.


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