Dons são presentes. E quem não gosta de presentes? A frase clichê que aprendemos a ouvir e falar sempre foi: “o importante é sua presença, não precisava de presente...”, sei! No geral, a maioria das pessoas querem sim o presente e, se quem compareceu na festa chegou de mãos vazias acaba por receber muitas críticas, “que cara de pau, que falta de consideração, nem pra trazer um presentinho...”
As habilidades e qualidades únicas dadas por Deus já são boas naturalmente, mas Ele ainda resolveu designá-las como “dons”, ou seja, presentes. Ganhamos “mimos” espirituais vindos diretamente do Autor da Vida que, por sua soberana e perfeita vontade, define quem vai ganhar o quê.
Sendo assim não cabem reclamações e nem birras dirigidas aos céus, “por que fulano é talentoso naquilo e eu não? eu queria ter a capacidade daquela pessoa...”. Tal comportamento não honra a Deus, pelo simples fato que revela ingratidão e insubmissão para com o que Deus determinou para recebermos.
No contexto da igreja tudo fica ainda um pouco mais delicado. Pois muitos assimilaram, erroneamente, o conceito, entendendo apenas os que cantam ou pregam como sendo agraciados com dons. O que não é verdade. As possibilidades são múltiplas, em número que nem conseguimos catalogar, dada a criatividade do Criador e, por consequência, a própria criatividade da criatura.
Lutero, ao defender o sacerdócio universal de todos os crentes, acertou bem no alvo. Somos todos vocacionados para dar nossa parcela de contribuição na gigantesca tarefa de anunciar o evangelho em todo o mundo. Um dos exemplos que o reformador dava era que se você fosse um sapateiro, deveria se dedicar para estar entre os melhores sapateiros, desempenhando seu ofício com total excelência. Ou seja, o nome de Cristo seria glorificado através do seu desempenho e testemunho.
I Pedro 4:10 é bem claro: “Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando a graça de Deus em suas múltiplas formas.” Em outras palavras, Deus dá, você administra. Este é o ponto que se requer todo cuidado. Você é livre para glorificar a Deus com seu talento, ou não. Infelizmente muitos usam o dom dado por Deus para descaminhos, desonras, destruições, decepções.
Desde 1982, mais de 150 criminosos foram identificados e julgados no Texas-EUA, graças aos retratos falados feitos pela desenhista forense Lois Gibson. Segundo a polícia, muitos desses casos não teriam sido solucionados sem os desenhos de Lois. Agora imagine se ela decidisse usar seu talento para produzir desenhos pornográficos? Estaria ajudando a desfigurar ainda mais muitos seres humanos. Por outro lado, seu dom tem sido útil para o cumprimento da justiça, o que certamente glorifica a Deus.
Continuamos recebendo dons de Deus. São verdadeiros presentes do céu. Também continuamos com a responsabilidade de administrar bem, fazer bom uso, a fim de glorificarmos o nome do Senhor através de nossas vidas. Pense nisso. O mundo está olhando o comportamento de todo aquele que carrega a marca de filho de Deus. Escolha bem os seus caminhos, administre bem os seus dons. Paz!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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