terça-feira, 17 de março de 2020

Irã libera mais de 70 mil presos, mas mantém cristãos na prisão

Irã libera mais de 70 mil presos, mas mantém cristãos na prisão

O Irã libertou temporariamente cerca de 85.000 prisioneiros, inclusive presos políticos, em resposta à epidemia do coronavírus, informou um porta-voz do Judiciário nesta terça-feira (17).

A pandemia provocou a morte de 853 pessoas e um total de 14.991 infectados no Irã, considerado um dos piores surtos fora da China.

“Até agora, cerca de 85.000 prisioneiros foram libertados ... Também nas prisões, tomamos medidas de precaução para enfrentar o surto", disse o porta-voz do judiciário Gholamhossein Esmaili.

“Cerca de 50% deles eram prisioneiros relacionados à segurança”, disse disse Gholamhossein Esmaili. Ele não deu detalhes sobre quando os libertados teriam que voltar para a prisão.

De acordo com a organização Article18, seis cristãos estão entre os presos libertados. No entanto, pelo menos 11 cristãos que cumprem sentenças relacionadas à “segurança nacional” permanecerão presos. 

A ativista cristã Mary Fatemeh Mohammadi está entre as detentas que receberam licença temporária da prisão feminina de Qarchak. Na prisão, ela foi tão severamente torturada e espancada que os machucados continuam visíveis em seu corpo três semanas depois. 

O Irã  havia anunciado a libertação de 70.000 prisioneiros em 9 de março em resposta ao vírus, mas nenhum deles era preso político.

O relator especial da ONU para os direitos humanos no Irã, Javaid Rehman, disse que havia pedido a Teerã que libertasse temporariamente todos os presos políticos de suas prisões superlotadas e cheias de doenças para ajudar a conter a propagação do coronavírus.

Os Estados Unidos pediram ao Irã que libertasse dezenas de cidadãos e estrangeiros detidos principalmente por acusações de espionagem, dizendo que Washington responsabilizaria diretamente o governo de Teerã por qualquer morte americana.

Autoridades do Irã culpam as sanções americanas pela dificuldade em conter o coronavírus no Irã. As sanções foram reimpostas a Teerã desde que Washington deixou o acordo nuclear em 2015.


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