segunda-feira, 2 de março de 2020

Coreia do Sul fecha templos de igrejas, enquanto casos de coronavírus passam de 3.700

Coreia do Sul fecha templos de igrejas, enquanto casos de coronavírus passam de 3.700

No último domingo, templos de igrejas foram fechados na Coreia do Sul, com muitas delas passando a realizar cultos on-line, enquanto as autoridades lutam para conter as reuniões públicas, enquanto 586 novas infecções por coronavírus elevavam a contagem para 3.736 casos.

Isso aconteceu um dia após o maior salto diário de 813 casos na batalha da Coreia do Sul contra o maior surto de vírus fora da China, disse o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia (KCDC). O número de mortos subiu para 20, ante 17 no dia anterior.

Em Seul, capital, fiéis foram afastados do templo da Igreja do Evangelho Pleno de Yoido, que passou a transmitir seus cultos online para seus 560.000 seguidores no YouTube, filmado com um pequeno coral em vez de todos os 200 integrantes e 60 instrumentistas na orquestra.

"Ouvi dizer que não haveria culto, mas vim verificar, já que moro nas proximidades, mas sim, está vazio", disse Song Young-koo, ao deixar a área do templo, que hoje pertence a uma das maiores igreja da Coreia do Sul.

"É uma decisão sábia transmitir os cultos on-line, já que o vírus se espalharia facilmente em reuniões de grande número de pessoas e as igrejas não podem ser exceção", acrescentou.

As autoridades alertaram para um "momento crítico" na batalha contra o vírus, instando as pessoas a não comparecerem a cultos religiosos e eventos políticos e a ficar em casa neste fim de semana.

Pela primeira vez em seus 236 anos de história, a igreja católica da Coreia do Sul também decidiu cancelar missas em mais de 1.700 locais em todo o país. Os templos budistas também cancelaram os eventos, enquanto as principais igrejas cristãs realizavam serviços on-line.

Dos novos casos, 333 eram da cidade de Daegu, no sudeste, que é onde se localiza uma igreja no centro do surto e 26 da província vizinha de Gyeongsang do Norte, disse o KCDC.

A agência disse que alguns membros da igreja em janeiro visitaram a cidade de Wuhan, no centro da China, onde a doença surgiu no final do ano passado, acrescentando que estava investigando para determinar se a viagem teve algum papel no surto.

"Estamos rastreando quantos membros foram para a China", disse seu vice-diretor, Kwon Jun-wook, em entrevista.

"Nossa principal prioridade é descobrir como o coronavírus foi transmitido tão amplamente entre os seguidores de Shincheonji", acrescentou, em uma referência à igreja envolvida.

É provável que o número de casos continue crescendo no início de março, acrescentou, prometendo maiores esforços para conter as principais fontes de infecção.

Ajuda para a Coreia do Norte

O Presidente sul-coreano Moon Jae-in pediu que a população permaneça em unidade e prometeu em um discurso, maiores esforços, incluindo um orçamento extra, para combater o surto.

"O surto pode ameaçar nossas vidas temporariamente, mas não pode quebrar nossa unidade e esperança", disse ele.

Moon propôs esforços conjuntos com a Coreia do Norte para evitar um surto no país vizinho e melhorar os cuidados de saúde.

A Coreia do Norte não confirmou casos, mas ordenou um mês em quarentena para pessoas com sintomas, enquanto a mídia estatal disse que o líder Kim Jong Un realizou uma reunião para falar sobre medidas mais duras.

A crise assustou os mercados comerciais e financeiros, levando a Samsung Electronics, a Hyundai Motor e a LG Display a fechar temporariamente uma fábrica e obrigar a boy band BTS a cancelar uma turnê mundial para abril.

Mais países vizinhos suspenderam voos e proibiram visitantes da Coreia do Sul.

Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores disse que o Ministro das Relações Exteriores Kang Kyung-wha pediu a Washington que evitasse "ações excessivas que poderiam desnecessariamente reduzir as trocas entre os dois países", durante uma ligação telefônica com o vice-secretário de Estado americano Stephen Biegun no domingo.

O pedido veio depois que os Estados Unidos aconselharam os americanos a não viajarem para regiões mais atingidas, como Daegu.


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