quarta-feira, 4 de março de 2020

Tribunal da Colômbia rejeita legalização do aborto no país de maioria cristã

Tribunal da Colômbia rejeita legalização do aborto no país de maioria cristã

Tribunal Constitucional da Colômbia rejeitou a legalização do aborto até as primeiras 16 semanas de gestação, e decidiu que o procedimento continuará sendo permitido somente em três casos específicos. O país é de maioria cristã.

A decisão acabou com a esperança das pessoas que queriam ver o aborto legalizado no país que faz parte de uma região onde há algumas das leis reprodutivas mais rígidas do mundo.

A corte rejeitou um caso que pedia que a nação retomasse a proibição da prática em qualquer circunstância, mas também disse que não tornará o aborto legal durante os quatro primeiros meses de gravidez.

Como antes, o aborto só será permitido se a vida da mãe correr risco, se o feto sofrer de má formação ou se a gravidez for resultante de um estupro.

O presidente da Colômbia, Iván Duque, se pronunciou e disse que sempre foi pró-vida, de acordo com o Latinamerican Post

“Eu sempre disse que me declaro uma pessoa pró-vida, que acredito que a vida começa desde a concepção e que na Colômbia, no nível jurisprudencial, há vários anos, houve um pronunciamento onde foi estabelecido que, segundo o princípio previsto em nossa Constituição, houve circunstâncias excepcionais, como o perigo na vida da mãe, malformação genética incompatível com a vida ou acesso carnal violento”, afirmou Duque, segundo El Heraldo.

"Nessa ordem de ideias, acredito que é uma afirmação recebida com a tranqüilidade de que a linha jurisprudencial do Tribunal Constitucional é mantida desde 2006", concluiu.

No Brasil

Segundo a última pesquisa feita para medir a posição da população, do Datafolha, em dezembro de 2018, 41% dos brasileiros são contrários a qualquer tipo de aborto, ou seja, mesmo em casos de estupro, anencefalia ou risco à vida da mãe, como permite hoje a legislação.

A pesquisa também constatou que 34% dos brasileiros querem que a lei do aborto continue como hoje, 16% que consideram que o aborto seja permitido em mais situações e 6% que seja permitido em qualquer situação.

Em audiências públicas feitas pelo STF no ano passado, as pessoas selecionadas para apresentar argumentos contra a descriminalização tiveram como argumentação central "que a vida começa na concepção" e que o aborto seria uma violação do artigo da Constituição que garante "o direito à vida".


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